Bacalhau, noruegueses altos, louros e espadaludos, boa vida, uma cidade escandinava à frente das outras europeias (como manda a tradição), uma Oslo a usufruír da notoriedade dos Nobels e dos Fiordes, foi coisa que não vi. Oslo não tem nada disto.
É uma cidade a dar para o desinteressante, com poucos rasgos para a surpresa, toxicodependência e com um comércio caro e maioritariamente “parolo” (com excepção para um género de El Corte Inglês que existe numa das ruas mais simpáticas da cidade). Valeram dois excelentes jantares, no mesmo restaurante, no domingo com minha Robina e, no dia seguinte, com minha Airen e meu Tore (que fogem ao típico “Norueguês” que vi, nas ruas), e restante cambada. O que eu gosto de minha Airen e de meu Tore, só eu sei :-)
Exlicaram-me – a Noruega é um país “pequeno” e com pouca densidade (não se alargaram em mais comentários). Um andar no centro da cidade, um simples T2 numa boa zona, custa 1 milhão de euros. Um jantar, num restaurante bom (tipo.. Bica no Sapato), não fica por menos de €60 euros, por pessoa, mas, a 500 metros destes locais, temos pessoas a e pedir e a dormir nas ruas (não muitas, mas temos). Um maço de Camel ou até uma bejeca não custa menos de €10 – Pipette, aqui não te safavas..
Para terem uma pequena ideia, minha Airen disse que faz todas as suas compras em Roma e disso não prescinde. (wow).
Vida nocturna não existe, não é grande tradição, as pessoas não têm dinheiro para bens ou actividades de recreio. Tudo o que existe é, digamos que, pontual.
Minha Airen também me disse que a costa Oeste da Noruega é linda de morrer, com os fiordes, as estradas com um único traçado para ambas as direcções - a verdade é que, à medida que se vai saindo de Oslo nota-se um pouco disto (o aeroporto fica a 20 minutos da cidade). Ao bacalhau não lhe ligam e nem percebem como nós, Portugueses, fazemos tanta coisa com o dito peixe. Actualmente, a Noruega vive uma questão ambiental pertinente: mais para Norte existem umas criaturas que "dão cabo" do peixe todo, porque aparentemente procriam fortemente e ninguém os apanha - um género de sapateiras gigantes, basicamente. Eu respondi: por favor não os matem, mandem-nos para Portugal, nós não nos importamos. Estava bêbada, mas valeu a todos uma boa gargalhada.Eu sou assim, uma portuguesa simpática :-)
Voltando um pouco atrás, a viagem começou muito mal (como já devem saber). Eu tinha um feeling negativo e a verdade é que, mais uma vez, não me enganei. Mal cheguei ao aeroporto fui logo abordada pelos Srs. Dos Serviços de Fronteiras, equipados à paisana e com um lindo cãozinho. Quem era, o que fazia aqui, se tinha como comprovar, etc, etc. Tudo isto acompanhado de uma snifadela de uma mascote (sim, cão é que aquilo não era). Depois, chego à rampa das bagagens, e qual bagagem qual quê.. Consequência, andei com a mesma roupa quase 2 dias. Poupo-vos dos pormenores.
A melhorar o que passei durante esse tempo, não tinha hotel onde ficar na última noite – tudo overbooked. Procurámos e procurámos e nada. Já tinha convite inclusivé para ficar na casa de minha Airen. Valeu-me a simpatia, porque lá alguém cancelou um quarto no hotel e eu não fiz companhia aos sem-abrigo (nem à Airen) ;-)
Curiosamente, na última manhã que estive em Oslo, fiquei com alguma pena de a largar. Talvez porque sinto que o país até terá mais para oferecer, mas não na capital. Esta é a minha veia de turista, de uma pessoa que no fundo no fundo, lá bem no fundo, gosta IMENSO de viajar. Sabem como tive a certeza disto? Não pude deixar de ficar comovida quando aterrei em solo da minha rica cidade.
Deixo-vos com a imagem daquilo que mais curioso achei em Oslo. Os semáforos para os peões, quando vermelhos, mostram-no em duplicado. Curioso..
09 May 2007
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