Ontem, foi mais uma dessas vezes, com Pipette e Luizinha. Quando demos por nós estávamos a discutir qual a famosa casa assombrada que até a Zezinha Castelo Branco quis comprar. Às teimosas custou a aceitar que era aquele "castelinho" com tons de verde à beira mar. Pois bem, fiquei de investigar e investigado está.
Afinal não é só uma, mas sim 2 e a de tons verdes é sim a da Zezinha :-)
A casa onde José Castelo Branco teve uma visão parece um pequenino castelo, com torres e imitações de ameias. Fica junto ao mar, em São João do Estoril, na estrada Marginal que liga Lisboa a Cascais. Esteve durante muito anos votada ao abandono, mas nem por isso quem lá passava deixava de ver luzes a acender e a apagar. Figura ímpar do jet set nacional, Castelo Branco esteve decidido a comprá-la em 1983. Na sua primeira visita ao local logo mudou de ideias, quando avistou uma criança, menina, a brincar em cima do muro da propriedade, junto à falésia, acompanhada por outras, sentadas nos rochedos. Na altura, o marchant sentiu-se tentado a voar. "Se não me tivessem agarrado teria caído ali mesmo." Desistiu do negócio e não se arrepende. A mesma casa tentou a mãe de Lili Caneças. "Eu era a pessoa certa para a morada certa. Aquele castelinho com ameias junto ao mar faria de mim a princesa que eu sempre achei que era." O preço pedido era até convidativo. Mas o negócio ficou por acontecer dado que foram informadas de que a casa seria assombrada e de que as pessoas que lá viviam ou morriam rapidamente ou os negócios estoiravam. "Era a visão do inferno de Dante. A minha mãe não quis arriscar e desistimos do negócio. Hoje teria insistido para que se comprasse a casa. Quando por lá passo conto esta história ao meu neto", diz Lili Caneças. Actualmente, o castelinho, conhecido por casa do Dr. Cebola, está habitada e restaurada e não consta que alguma desgraça tenha acontecido.
Ali bem perto, na Parede, mas do lado oposto, apresenta-se outra habitação com fama de assombrações. Mandada construir em 1904 pelo comandante e capitão-de-fragata Manuel de Azevedo Gomes, ficou conhecida como a casa das pedras. Em vias de classificação, foi desenhada pelo arquitecto italiano Nicola Bigaglia para ser casa de veraneio. O proprietário, dada a paixão que tinha pelo mar, pediu que fosse totalmente revestida a pedras, seixos e conchas trazidas da costa. "Com um corpo arredondado virado a sul, abrigando um jardim de Inverno, tem várias ameias e merlões, jogando com o imaginário dos castelos medievais. De tom escuro, com a pedra evidente, o edifício impõe-se ao passante como uma sugestão misteriosa, tenebrosa e repleta de opções estéticas próprias do gosto do romantismo tardio português que caracteriza o início do século XX", explica Mário Lisboa, técnico superior da Câmara Municipal de Cascais. Mas nem por isso a explicação atenua os boatos que correm sobre as assombrações desta casa. Talvez por esta moradia tão inusitada ter sido sempre habitada por pessoas de muita idade. "A mulher do capitão viveu lá até ser muito velhinha, ia à janela, assim como a sua filha, a D. Alice, que ali viveu até ter mais de 90 anos", refere Mário Lisboa. Actualmente habitada, não consta que alguma vez os seus inquilinos tenham sido importunados.
1 comment:
Interessante. Não fazia a mínima ideia.
Que medo! BRRRR...
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